Democracia implica em participação dos cidadãos nas decisões governamentais. Tal participação pode se dar via representação eleitoral e não eleitoral. A representação eleitoral é legitimada pelas eleições, momento no qual representados delegam parte de seu poder a representantes. A partir de uma autorização individual – popularmente conhecida como voto –, esses representantes (membros do poder Executivo e Legislativo) passarão a agir em nome dos representados.
O voto não garante aos representantes carta branca para agir em nome dos representados. Suas ações precisam ser respaldadas pela vontade dos representados e estar alinhada ao que foi apresentado em proposta política no momento eleitoral.
No entanto, sabemos que nem sempre a consulta as bases e o alinhamento ocorrem. Esse é o motivo pelo qual os representados podem e devem fazer Advocacy.
Advocacy pode ser entendido como “... o conjunto de ações, estrategicamente definidas e orientadas, que busca promover mudanças em políticas públicas locais, regionais, nacionais ou internacionais, visando alcançar a missão, a visão e os objetivos estratégicos de uma organização ou coalizão de organizações” (Morgado e Gozetto, 2019).
Ele é uma forma de representação não eleitoral. Isso porque, qualquer cidadão comprometido com um interesse ou uma causa PODE e DEVE defende-la na esfera pública, sem a necessidade de ter sido eleito. Sendo assim, o Advocacy é uma alternativa a representação eleitoral.
Porém, é claro que influenciar o processo decisório governamental não é algo simples, que possa ser atingido de forma casual. É ESSENCIAL construir uma estratégica específica e detalhada antes de sair agindo....
Mas, porque é tão importante construir uma estratégia? Há diversos pontos relevantes, mas, os dois principais, em minha opinião são:
1) aumentar o impacto das ações de Advocacy
2) ser capaz de mensurar seu impacto a partir de processos estruturados de monitoramento e avaliação
No GUIA PARA CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE ADVOCACY: COMO INFLUENCIAR POLÍTICAS PÚBLICAS, do qual sou co-autora, há uma sessão específica para discutir essa questão.
Te convido para conhecer, clicando aqui
Aproveito para te convidar também para assistir a um bate papo bem informal entre os autores do Guia que foi facilitado pelo Tiago Matos, clicando aqui
Até mais!
Andréa Gozetto
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